quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Meu Ismo Favorito: Expressionismo.

O expressionismo possui uma tendência a ver a realidade de maneira lúgubre (triste) e sombria, ou seja, de maneira pessimista. Considerada a arte do instinto ou a arte que expressa os sentimentos humanos, tudo que neles tocam é evidenciado na sua arte.
Sendo assim essas são umas das razões que me leva a amar este estilo. Acredito que escolhi este estilo artístico para falar sobre, porque toda vez que vi ou li sobre o mesmo, me enxergava e aos meus trabalhos. Além de ver no meu trabalho essas características, a maneira que eu sinto e percebo as coisas ao meu redor é de fato assim.
Poderia aqui citar muitos dentre todos os artistas que são classificados neste estilo. Porém como são eles muitos, e não conseguiria falar de todos, me deterei a falar sobre meu artista favorito.
Grandes mestres como Munch, Van Gogh, Cézanne, Gauguin e até mesmo Lautrec e Klimt, foram grandes influências para os jovens artistas que vieram seguir este rumo da expressão num dos momentos, se não o mais, caótico do século passado. Já que citei, veremos, portanto, que essa temática “guerra” e toda essa turbulência de acontecimentos e conseqüências que tanto povo quanto artistas vivem, é de influência direta nos trabalhos dos impressionistas. Como citado por Norbert Lynton quando fala sobre o expressionismo no livro “Conceitos da Arte Moderna”: “Períodos de crise, em especial, parecem produzir artistas que canalizam as ansiedades de seu tempo para as suas obras.”
Voltando aos mestres dos expressionistas, que nada mais são que os classificados como “pós-impressionistas”, acredito, eu, que eles tem em seus trabalhos alguns dos fatores que os expressionistas acreditam ser a melhor forma plástica de resolver como expressar seus sentimentos. Ou seja, as pinceladas e os movimentos garantem junto ás cores e a bidimensionalidade que havia nos pós-impressionistas, o resultado que os artistas da pura expressão desejavam.

(Edvard Munch – O beijo 1895)

Juntando tema à forma plástica, esses artistas que vieram a deformar a figura para ressaltar o sentimento, se destacaram muito na Alemanha e na Áustria, países muito afetados com a guerra. Sendo assim suas obras tiveram como prioridade às emoções, os impulsos instintivos, fazendo de certa forma uma apologia ao irracionalismo. Ele busca exprimir na sua obra algo interior, procura que a manifestação de sua subjetividade marque o espectador da mesma forma que o marcou. Como se ele quisesse atingir o espectador da mesma forma como a cena, ou fato o tocou. Quer que o espectador sinta-se na cena, sinta a cena, sinta a obra.
Então muitos artistas recorreram a cores “patéticas” que dão forma plástica ao amor ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria humana, à prostituição. Como Ernst Ludwig Kirchner faz com seu tormento e sua emoção ao pintar quadros coloridíssimos, de rápido movimento e expressão. Expressão essa que se dá a partir de sua técnica na xilogravura, que se percebe nas formas que dá as suas figuras nas pinturas.
(Ernst Ludwig Kirchner – O Conflito (Ernst Ludwig Kirchner – )

Erich Heckel, Karl Schmidt-Rottluff e Ernst Barlach também, ao meu ver, seguem esse estilo de arte influenciada pela xilogravura, se destacando como escultor o último artista que diz as seguintes palavras sobre sua revelação: “(...)podes livremente tentar tudo o que estiver ao teu alcance, os maiores ou menores gestos de piedade e de fúria, sem qualquer hesitação, pois existem meios de expressão para todas as coisas, quer que seja um paraíso infernal ou um inferno paradisíaco (...)”
Indo agora para Áustria, quero falar especificamente de um artista, aquele que considero o meu favorito, e de certa forma o que mais me toca. Para mim Egon Schiele, com suas linhas trêmulas e rápidas parece ansioso ao desenhar suas modelos, que variam desde menininhas a prostitutas. Parece que ele transforma o lápis e seu pincel em uma extensão do seu coração, uma ponte entre o interior de sua alma e a saída, o exterior, o mundo real. E assim consegue transmitir para o papel toda a energia seja ela em forma de paixão, angústia, tristeza ou amor nele contida.
Schiele me comove por seus assuntos temáticos, que são muitos. Escolhe com cautela temas que são de enorme repercussão e de certo preconceito para o público da época, que são eles: o feio, o agressivo, o erotismo, a prostituição, e até mesmo a masturbação e o nu em poses incomuns. Mesmo tudo isso misturado, Egon consegue transmitir elegância e delicadeza na mais profunda escuridão e tristeza que esses personagens possam transmitir. “(...) Os corpos nunca estão distendidos, por assim dizer: encontram-se torcidos de uma forma quase acrobática, são exibidos, isto é, abandonados e oferecidos ao olhar.” Assim define Reinhard Steiner no livro Schiele A Alma Nocturna do Artista a obra do artista em poucas palavras.
(Egon Schiele – Nu com Cabelos Negros 1910)
(Egon Schiele - Freundschaft 1912)

Egon era muito amigo de Gustav Klimt, do qual era muito fã. Prestigiava o seu trabalho e se inspirava muito nele. “A amizade com Klimt teve uma grande importância para ele, pois evoluiu da simples relação professor-aluno para a admiração profunda, (...) foi fortemente influenciado por Klimt, em 1908-1909. No entanto, cedo veio a manifestar uma atitude mais ascética nos seus retratos, como contrapeso da elegância que encontramos nas figuras de Klimt (...) Schiele coloca as suas figuras num fundo vazio, sem ligação entre si, num estilo mais moderado e austero;” trecho escrito por Wolf-Dieter Dube no livro “The Expressionists”, que comprova uma fase importante na vida de Schiele.
Schiele consegue por tanta coisa num desenho simples, e transparecer a mais pura e simples sensação ao espectador. Sujando a pele de seus modelos com aquarelas, e pastéis. Crispando e fragilizando a estrutura da figura humana, raramente deixando linhas totalmente retas ou curvas. Utilizando todas e quaisquer tonalidades de cores, sem o preconceito, sem o medo de borrar, sem o medo de transpor aquilo que sente, é assim que Schiele me encanta e me fascina. Misturando a linha e a mancha, o agressivo e o suave, o desejo e o pudor, o feio e o belo, acredito que ele consegue, mais do que qualquer outro artista do expressionismo, cumprir com o seu papel de artista, com o seu papel de um ser sensível, respeitando o seu ser, o seu eu interior, o inconsciente, o seus sentimentos e seus instintos.
Não impedindo-se de sentir e de agir por meios artísticos, é que me apaixono por esses artistas desse estilo que tive a oportunidade de expor o que pensava e sentia por ambos. Se eu pudesse me definir dentro de algum “Ismo”, com certeza seria o expressionismo, porque nada melhor que ser o que sinto vontade de ser. Fecho esse trabalho com a frase mais curta que consegui fazer para definir o que é o expressionismo: “Uma arte pessoal e intensamente apaixonada...”

Juliana Veloso

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Expo Internacional gente!

Internacional Exhibition Mail Arte "Human, colours, music"/ Exposição Internacional Arte Mail "Pessoas, cores, música"

Thessaloniki- Grécia




Estou participando com um trabalho dessa exposição. Ele será vendido junto com as outras obras, e o dinheiro arrecadado será doado para a instituição Hellenic Society of Haematology.



quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Mexa-se sua maria mole!

Tá, eu vou fazer uma postagem, depois de quase um mês, que vergonha.
Hmm... Bom, o que tenho de bom pra mostrar a quem vem aqui?!

Minha mais nova experiência de ilustração em livros antigos (mas quando eu digo antigos é tipo assim mais de 100 anos...)
É, tudo começou com > o caderno de artista proposto pela professora Laura Castilhos > que me levou a uma definição de traço > que me levou a querer fazer um caderno só nesse estilo > que me levou a juntar a minha tara por livros velhos e pegar livros pra doação da biblioteca do direito e ilustra-los (:
Bem, acho que deu certo, estou muito satisfeita com o que venho fazendo neste:

Le Mensonge de 1903



E tenho que confessar, nunca estive tão obcecada em desenhar tanto na minha vida e gostar tanto do resultado, saber que posso me superar e me surpreender a cada página virada...

sábado, 11 de setembro de 2010

Chorei.

Minhas lágrimas já secaram
Minha pele agora se enruga
Machuca
Está sensível
Tanto pele como alma

Como queria que tu estivesses aqui
Talvez houvesse lágrimas
De alegria
De emoção

Só queria sentir teu cheiro
Tua pele
Mais uma vez
Assim
Antes de dormir

Voltei a chorar

Sabe.

Eu sempre quis escrever, apesar de saber que tenho dificuldades de transformar tudo que penso em meras palavras, estou aqui novamente tentando exprimir aquilo que minha mente grita e faz querer sair de qualquer forma.
Vou tentar não transformar esse lugar em uma bagunça que pode vir a ser esquecida, assim como fiz com meus antigos blogs...